sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Até tu, Ibope?

Não há fins que justifiquem tais meios!

*Juarez CAMPOS

Ser famoso não é atestado de idoneidade, probidade, honestidade, imparcialidade. Validade. Fernandinho Beira-Mar é famoso. Todos já ouviram falar em Adolfo Hitler e por aí afora. O mesmo pode, e ocorre, com as instituições. O fato de serem conhecidas não traduz e nem abona a sua folha corrida.
Todos com mais de 40 anos, certamente lembram-se do imbróglio Rede Globo-Ibope, nas eleições de 1982, no Rio de Janeiro, quando pesquisas foram manipuladas vergonhosamente e escandalosamente para prejudicar o então candidato da oposição, Leonel Brizola.
Hoje, esse mesmo instituto vem sendo acusado de irregularidades em suas pesquisas, como ocorre em Manaus, capital do Amazonas.
Lá, a liderança do candidato a Prefeito, Amazonino Mendes, PFL, constatada pelo Ibope foi colocada sob suspeita. O Levantamento desse instituto mostrava a liderança do candidato pefelista, com 55% das intenções de voto, seguido de longe por Serafim Corrêa, do PSB, com 14%. O segundo colocado desconfiou da diferença, pediu uma investigação, e três doutores em estatística da Universidade Federal do Amazonas examinaram os dados. Descobriram que a pesquisa entrevistou, proporcionalmente, mais eleitores nos redutos eleitorais de Amazonino Mendes. Esse está entre os casos mais graves de manipulação de pesquisas, porque de dimensão nacional e espalhado por vários Estados e cidades de todo o Brasil.

Em países como os Estados Unidos a Inglaterra, com maior tradição de pesquisas de opinião, as pesquisas eleitorais procuram ouvir o entrevistado em sua casa. Os institutos brasileiros entrevistam as pessoas rua. A pesquisa domiciliar custa três vezes mais. Daí, surge uma questão fundamenta: onde entrevistar as pessoas que responderão à pesquisa? Isso é considerado "segredo de estado" pelos institutos. Teoricamente, a distribuição das entrevistas ocorreria por diferentes áreas da cidade. O percentual de entrevistas em cada área, ainda teoricamente, deveria, mas nem sempre o é, proporcional ao tamanho da população desta área sobre a população total. Por exemplo; se 15% dos montes-clarenses moram na área norte, 15% das entrevistas deveriam acontecer lá.
A pesquisa por quota feita na rua pode gerar uma série de distorções. Uma delas tem a ver com o perfil das pessoas que circulam na rua em determinados horários e lugares. Pessoas com empregos formais têm mais chances de ser encontradas no começo da manhã e no fim do dia. Gente despreparada ou mal informada, idem. Homens aposentados podem ser encontrados nos lugares públicos durante o dia com mais freqüência do que as aposentadas. As donas de casa certamente saiam em horários muito específicos. Certos ofícios permitem que algumas pessoas transitem durante todo o dia na rua. A maioria absoluta, no entanto, está em casa, em afazeres domésticos, nas escolas ou no trabalho. Isso é inquestionável até mesmo para quem não conhece a metodologia. Torna-se, portanto, impossível garantir que distorções, propositais ou não, afetem a pesquisa.
Um exemplo de distorção proposital que utilizou métodos aceitos legalmente ocorreu também no Rio de Janeiro em 1998. Na pesquisa para governador descobriu-se que os entrevistadores estavam ouvindo um número desproporcionalmente alto de pessoas que trabalhavam na rua (ambulantes, camelôs, guardadores de carros). Como esses tinham uma clara predileção pelo candidato Anthony Garotinho, ele era superdimensionado na contagem final da pesquisa.

Outro problema grave da pesquisa por quota feita na rua é quanto aos fatores subjetivos que afetam a escolha dos entrevistados. Estudos mostram que esta escolha não é aleatória. Os entrevistadores muitas vezes deixam de entrevistar pessoas que lhes pareçam hostis, preferindo ouvir pessoas com quem sintam afinidade (partidária, social, de gênero, etária). No agregado, essas decisões dos entrevistadores comprometem seriamente o resultado da pesquisa.
As distorções e manipulações das pesquisas de tão escandalosas tiveram que sofrer intervenções diretas da Justiça, como ocorreu aqui mesmo em Montes Claros. Outro exemplo vem de Maringá, no Paraná, o juiz René Pereira da Costa recebeu tantas denúncias de irregularidades que tomou uma decisão original: mandou que cada equipe de entrevistadores fosse acompanhada por fiscais indicados pela Justiça Eleitoral. Os fiscais ganharam o apelido de 'sombras' – e, é claro, acabaram atrapalhando a discrição com que a entrevista deve ser feita.
Exemplos não faltam e, certamente, cada um tem uma história para contar a respeito. Inclusive aquela de nunca ter sido entrevistado e, muito menos, conhecer alguém que o tenha. Uma espécie assim de cabeça de bacalhau.
Os fins justiçam os meios? A frase de Maquiavel é levada a sério por muitos, cujo único interesse é o poder e significa que qualquer meio, mesmo que ilícito, é válido para alcançar o fim maior: alcançar o poder, mesmo que seja manipulando e enganando as pessoas.
Desconfie, sempre, pois, Não há fins que justifiquem tais meios!
*Juarez CAMPOS é cientista político

Hora certa

Montes Claros

Apresentação Dia do Município: 03 de julho aniversário da cidade Localização: Norte de Minas Gerais Área: 3.470 Km2 População: 336.132 habitantes Clima: Tropical Temperatura: Média anual de 24,20º. Vegetação: Predominância de Cerrados com ocorrência de áreas de transição cerrado/caatinga. Distancia da Capital: 418 Km Rodovias que servem o município: BR 135 – Bocaiúva/Januária BR 365 – Pirapora Uberlândia BR 251 – Rio Bahia/Salinas/Coração de Jesus BR 122 – Janaúba Condições: Pavimentação Asfáltica Principais atividades econômicas: indústria, comércio e pecuária

Hisrória

1768 - Arraial das Formigas Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Bandeira, para conquistar "Esmeraldas", da "Serra Resplandecente". Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio Paraopeba, onde com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois. Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios, construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades. Formou três grandes fazendas: Jaiba, Olhos d'Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por Xistos Calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fazenda Montes Claros. Gonçalves Figueira para alcançar mercado para o gado, construiu estradas para Tranqueiras na Bahia, e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expansão do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também à Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior Centro Comercial de Gado, no Norte de Minas Gerais. O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros. Iniciou-se assim, em local diferente da sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho. 1831 - Vila de Montes Claros de Formigas Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas, suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de "Vila de Montes Claros de Formigas". Os vereadores, primeiros líderes construtores do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro Juíz Municipal Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceram na Vila, os primeiros médicos e facultativos: Manoel Hipólito de Palma, com licença para exercer a profissão de Cirurgião. Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico formado: Dr. Carlos Versiani. A Vila de Montes Claros de Formigas desenvolvia-se pelo esforço dos líderes, os costumes eram primitivos, em casa faziam-se comida, as quitandas, o sabão, as rendas de almofada, tecidos no tear, etc. Em 1817 já havia três sobrados: O do Cel. João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de janelas e melhor acabamento. 1857 - A Vila de Montes Claros de Formigas passa a Cidade Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província. Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses". A 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes. Melhoramentos e Fatos Importantes . O Governador da Província Joaquim Pires Machado Portela, criou em 1871, o Hospital de Caridade, depois chamado "Santa Casa de Caridade". . Um grande passo para o progresso da cidade foi a criação da Escola Normal, em 1879. Foi instalada no dia 02/02/1880 no prédio no. 46, na antiga Rua Direita, hoje Justino Câmara. . Importantíssima a data de 24/02/1884, pois sai o primeiro número do Semanário "Correio do Norte". . 14 de setembro de 1886 inauguração da Capela de Santa Cruz (simplesmente Capela do Morrinho). . A indústria em Montes Claros começou com a fábrica do Cedro em 1882, que em 25/07/1889, foi destruída por grande incêndio. . O Mercado Municipal foi inaugurado no dia 03/09/1899. Situado no largo de cima, hoje praça Dr. Carlos Versiani, era construção imponente com uma torre bem alta, onde o relógio, doado por Dona Carlota Versiani, badalava as horas, não deixando ninguém perder o horário. . A inauguração da 1ª "linha telegráfica" da cidade deu-se no dia 27/10/1892. . Outro importante estabelecimento de ensino em Montes Claros de Ontem, e que perdura até os dias atuais, é o Colégio Imaculada Conceição, fundado pelas irmãs de Berlear que aqui chegaram no dia 14/06/1907. . O grupo escolar Gonçalves Chaves tem destaque especial, por ser o primeiro a instalar-se na cidade, bem como a Escola Normal. . A Banda de Música Euterpe Montesclarense fundada em 1856, por Dona Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, perdurou por mais de cem anos. . A 10 de dezembro de 1910, São Pio X criou o Bispado de Montes Claros, tendo sido nomeado primeiro Bispo Dom João Antônio Pimenta pela bula "Comissum humilitati nostre", de 07/03/1911. . Dom João Pimenta celebrou a primeira missa pontifical, no dia 08/10/1911.