quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uma causa para os heróis sem causas

*Juarez CAMPOS


A propósito do artigo "Quando o vermelho é de vergonha", aqui publicado sobre a manifestação robótica de facção jovem do PC do B, União Socialista, lembra-nos, mais uma vez, a desorientada juventude atual, ávida por heroísmo, mas na falta de uma causa, abraça qualquer uma. "El gobierno?, soy contra!".
Desinformada, mal alimentada no espírito e perdida num mundo consumista, mostra-se confusa e desatualizada.
Ensina-nos os sábios que "outros tempos, outros cuidados", ou seja, não dá para julgar ou mesmo aplicar teorias passadas, e ultrapassadas, aos fatos de hoje. Um novo mundo. Um novo pensar. Uma nova realidade.
Essa juventude perdida, heróis sem causa, apregoa a paz, vestindo-se com emblemas contraditórios estampados com a figura de um dos mais violentos e sanguinários latino-americanos de nossa história contemporânea.
Mas não se trata, aqui, de julgamento. Outros tempos, outros cuidados. Foram os jovens da década de 1960 que transformaram o argentino descendente de um vice-rei do México, Che Guevara, em um ícone que resumia sua rejeição à sociedade capitalista e seu representante maior, os Estados Unidos. Havia um clima de revolta e guerrilhas naquela época, em todo o mundo. Ianque, GO home!, era uníssono.
Hoje, o domínio ianque é ainda maior, mas a juventude desinformada e manipulada por anti-heróis das fichas sujas, aceita o papel de inocente útil, e até mesmo de ser mais útil do que inocente àqueles cuja causa é o interesse pessoal e o números bancários. Aqui e alhures. Mais alhures do que aqui.
"O mito de Che cresceu alimentado pela sociedade em que vivemos, frívola e materialista, que está justamente nos antípodas dos valores que ele representa", explica o escritor argentino Pacho O'Donnell, autor de uma das biografias do personagem, "Che - La vida por un mundo mejor" (ed. Plaza & Janés). "A queda do regime comunista também o privou de sua condição ideológica, e assim restaram dele o idealismo e sua força de personagem épico. Quanto mais crescer a carência de valores, mais crescerá esse mito.".
(...) Para alguns historiadores essa glorificação messiânica é injustificável. Relembram eles que, longe de ser um humanista, Che Guevara aprovou pessoalmente milhares de execuções sumárias pelo tribunal revolucionário de Havana. Como procurador-geral, foi comandante da prisão
Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, onde, nos primeiros meses da revolução, ocorriam os fuzilamentos. Ele mesmo escreveu: "As execuções são uma necessidade para o Povo de Cuba, e um dever imposto por esse mesmo Povo. "(...) (Wikipédia).
Embora também contestado pela matança humana que liderava, não vamos aqui tratar de Che, mas daquilo que representa. Morre o homem, fica o mito. E seja lá onde estiver, mesmo se no fogo do inferno, certamente estará ainda mais vermelho:
De vergonha de ver tantos utilizando-se de sua imagem, justamente em favor daquilo que o impulsionava e que tanto combateu. Exploradores. Hipócritas. Capitalistas selvagens, opressores, enganadores, corruptos e a tudo aquilo que, para ele, traduz o mal.

Se para alguns Guevara foi um revolucionário que nunca se interessou pela democracia, seus seguidores d'agora utilizam-se da democracia para mostrarem-se que nunca interessaram por uma revolução.
*Juarez Campos é jornalista

Hora certa

Montes Claros

Apresentação Dia do Município: 03 de julho aniversário da cidade Localização: Norte de Minas Gerais Área: 3.470 Km2 População: 336.132 habitantes Clima: Tropical Temperatura: Média anual de 24,20º. Vegetação: Predominância de Cerrados com ocorrência de áreas de transição cerrado/caatinga. Distancia da Capital: 418 Km Rodovias que servem o município: BR 135 – Bocaiúva/Januária BR 365 – Pirapora Uberlândia BR 251 – Rio Bahia/Salinas/Coração de Jesus BR 122 – Janaúba Condições: Pavimentação Asfáltica Principais atividades econômicas: indústria, comércio e pecuária

Hisrória

1768 - Arraial das Formigas Expedição Espinosa - Navarro, composta por 12 homens determinados, talvez espanhóis e portugueses, foi a primeira a pisar as vastas terras da Região do Norte de Minas, habitada pelos índios Anais e Tapuias. Mas era muito cedo ainda para fundar as cidades do sertão, longe do litoral. Bandeirantes partiram de São Paulo, procurando pedras preciosas, e embrenharam-se pelo sertão do Norte da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro. Fernão Dias Pais, Governador das Esmeraldas, organizou a mais célebre Bandeira, para conquistar "Esmeraldas", da "Serra Resplandecente". Antônio Gonçalves Figueira, que pertencia à Bandeira de Fernão Dias, acompanhou-a até às margens do Rio Paraopeba, onde com Matias Cardoso, abandonou o chefe, regressando para São Paulo, chegando lá dois anos depois. Seduzidos pela fertilidade do Sertão Mineiro e talvez, na esperança de conquistarem riquezas, Antônio Gonçalves Figueira e Matias Cardoso retornaram, tornando-se colonizadores caçando índios, construindo fazendas, cujas sedes se transformaram em cidades. Formou três grandes fazendas: Jaiba, Olhos d'Água e Montes Claros, esta, situada nas cabeceiras do Rio Verde, pela margem esquerda, próxima a montes formados por Xistos Calcários, com pouca vegetação. Pelo alvará de abril de 1707, Antônio Gonçalves Figueira obteve a sesmaria de uma légua de largura por três comprimentos, que constituiu a Fazenda de Montes Claros. Formigas foi o segundo povoado da Fazenda Montes Claros. Gonçalves Figueira para alcançar mercado para o gado, construiu estradas para Tranqueiras na Bahia, e para o Rio São Francisco. Era grande o seu interesse de expansão do comércio de gados, e com isto, procurou ligar-se ao Rio das Velhas e também à Pitangui e Serro. A região foi se povoando e a Fazenda de Montes Claros transformou-se no maior Centro Comercial de Gado, no Norte de Minas Gerais. O próspero Arraial de Formigas, depois Arraial de Nossa Senhora da Conceição e São José de Formigas, Vila de Montes Claros de Formigas e por fim cidade de Montes Claros. Iniciou-se assim, em local diferente da sede de Antônio Gonçalves Figueira, em torno da Capela erguida por José Lopes de Carvalho. 1831 - Vila de Montes Claros de Formigas Cento e vinte quatro anos após obtenção da Sesmaria, por Antônio Gonçalves Figueira, dono e construtor da Fazenda de Montes Claros, já estava o Arraial de Nossa Senhora de Conceição e São José de Formigas, suficientemente desenvolvido para tornar-se independente, desmembrando-se de Serro-Frio. Pelo esforço dos líderes políticos o Arraial foi elevado a Vila pela Lei de 13 de outubro de 1831, recebendo o nome de "Vila de Montes Claros de Formigas". Os vereadores, primeiros líderes construtores do progresso de Montes Claros, naquele tempo longínquo: José Pinheiro Neves (Presidente), Laurenço Vieira de Azevedo Coutinho, Luiz de Araújo Abreu, Antônio Xavier de Mendonça, Francisco Vaz Mourão e Joaquim José Marques, que substituiu José Fernandes Pereira Correia. A 22 de julho de 1834, toma posse o primeiro Juíz Municipal Dr. Jerônimo Máximo de Oliveira e Castro. Apareceram na Vila, os primeiros médicos e facultativos: Manoel Hipólito de Palma, com licença para exercer a profissão de Cirurgião. Outros facultativos apareceram em 1835, e, em 1847, chega à Vila o primeiro médico formado: Dr. Carlos Versiani. A Vila de Montes Claros de Formigas desenvolvia-se pelo esforço dos líderes, os costumes eram primitivos, em casa faziam-se comida, as quitandas, o sabão, as rendas de almofada, tecidos no tear, etc. Em 1817 já havia três sobrados: O do Cel. João Alves Maurício, o do Simeão e o Mirante. Outros foram construídos, tinham piso de assoalho, maior número de janelas e melhor acabamento. 1857 - A Vila de Montes Claros de Formigas passa a Cidade Em 1857, a Vila Montes Claros de Formigas teria pouco mais de 2.000 habitantes, mas os políticos já pleiteavam a elevação à cidade, pois os melhoramentos existentes eram os mesmos de quase todos os municípios da Província. Assim, pela Lei 802 de 03 julho de 1857, a Vila passou a cidade - Cidade de Montes Claros, sem formigas, que desagradava a todos os formiguenses. A partir dali seriam "montesclarenses". A 12/07/1858 tomaram posse os novos vereadores. Por muito tempo, o aspecto da cidade permaneceu quase o mesmo. O desenvolvimento da cidade continuava lento, pois os meios de transporte permaneciam: Cavalos e liteira para as pessoas, carros de bois e tropas de burros que conduziam mercadorias, num comércio mútuo, suadas andanças pelas estradas estreitas e poeirentas, muitas delas abertas pelos bandeirantes. Melhoramentos e Fatos Importantes . O Governador da Província Joaquim Pires Machado Portela, criou em 1871, o Hospital de Caridade, depois chamado "Santa Casa de Caridade". . Um grande passo para o progresso da cidade foi a criação da Escola Normal, em 1879. Foi instalada no dia 02/02/1880 no prédio no. 46, na antiga Rua Direita, hoje Justino Câmara. . Importantíssima a data de 24/02/1884, pois sai o primeiro número do Semanário "Correio do Norte". . 14 de setembro de 1886 inauguração da Capela de Santa Cruz (simplesmente Capela do Morrinho). . A indústria em Montes Claros começou com a fábrica do Cedro em 1882, que em 25/07/1889, foi destruída por grande incêndio. . O Mercado Municipal foi inaugurado no dia 03/09/1899. Situado no largo de cima, hoje praça Dr. Carlos Versiani, era construção imponente com uma torre bem alta, onde o relógio, doado por Dona Carlota Versiani, badalava as horas, não deixando ninguém perder o horário. . A inauguração da 1ª "linha telegráfica" da cidade deu-se no dia 27/10/1892. . Outro importante estabelecimento de ensino em Montes Claros de Ontem, e que perdura até os dias atuais, é o Colégio Imaculada Conceição, fundado pelas irmãs de Berlear que aqui chegaram no dia 14/06/1907. . O grupo escolar Gonçalves Chaves tem destaque especial, por ser o primeiro a instalar-se na cidade, bem como a Escola Normal. . A Banda de Música Euterpe Montesclarense fundada em 1856, por Dona Eva Bárbara Teixeira de Carvalho, perdurou por mais de cem anos. . A 10 de dezembro de 1910, São Pio X criou o Bispado de Montes Claros, tendo sido nomeado primeiro Bispo Dom João Antônio Pimenta pela bula "Comissum humilitati nostre", de 07/03/1911. . Dom João Pimenta celebrou a primeira missa pontifical, no dia 08/10/1911.